Reinaldo

Dólar sobe 2,28% e encosta em R$4,15, apesar de ação do BC

Depois de deixar o dólar inaugurar na terça-feira, 22, o patamar de R$ 4 e fechar no preço mais alto do Plano Real, o Banco Central resolveu adotar uma ação mais contundente nesta quarta-feira, 23.

Mas foi insuficiente para impedir a quinta valorização consecutiva, renovando o maior nível desde 1º de julho de 1994.

A moeda norte-americana terminou o dia em alta de 2,10%, a R$ 4,1350. Nesses cinco pregões em elevação, acumulou ganho de 7,88%. No mês, tem valorização de 13,82% e, no ano até agora, 55,74%.

No mercado futuro, o dólar para outubro também trabalhou pressionado e marcava, às 16h38, R$ 4,1480 (+2,14%).

O dólar até abriu a sessão em queda e recuou até a mínima de R$ 4,015 (-0,86%), na esteira da votação, entre ontem e hoje, dos vetos da presidente Dilma Rousseff a medidas que poderiam criar um gasto extra de R$ 127,9 bilhões aos cofres públicos até 2019.

Os parlamentares mantiveram 26 dos 32 vetos e os restantes, entre eles o que impede o aumento de até 78% dos salários do Judiciário, ainda serão apreciados.

É aí que começou a desconfiança: há ainda temor de que a conta chegue, caso o governo não reúna votos necessários para manter mais esses vetos.

Somado a esse temor, há ainda a preocupação com a perda de rating por mais uma agência, na esteira da Standard & Poor's (S&P). Vale destacar que uma equipe da Fitch está no Brasil, mas há esperança de que o corte dessa agência, quando vier, seja de apenas um degrau, mantendo o investment grade do País.

Em meio a esse quadro negativo e com a alta da moeda no exterior, o dólar virou ainda antes de completar uma hora de negociação e daí foi avançando até a máxima de R$ 4,1440 (+2,32%).

Na hora do almoço, quando a moeda estava no high do dia, o Banco Central chamou dois leilões de linha e ainda um novo de swap para amanhã.

Terminados os dois leilões, convocou outros dois leilões de linha para ainda hoje, mas nem isso impediu a moeda de subir. Segundo fonte, o BC visou garantir hedge e distensionar a curva de cupom cambial. Esse interlocutor garantiu que não há falta de liquidez no mercado.


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Questão Brasil - 09/04/2019

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