Reinaldo

Trapattoni acusa Blatter de sugerir encontro para esquecer mão de Henry

O escândalo que abalou a Fifa nos últimos dias tem novos reflexos na polêmica classificação da França para a Copa do Mundo de 2010. Depois de o presidente da Federação Irlandesa dizer que a Fifa pagou para evitar uma ação judicial, após o gol francês com toque de mão de Thierry Henry nas eliminatórias, agora é vez de o técnico irlandês na época, o italiano Giovanni Trapattoni, afirmar que foi procurado pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter. 

- Blatter disse: ‘Encontre-me, podemos achar uma forma de resolver isso, uma forma de esquecer’. Não sei o que ele queria. Só sei que quando ele me ofereceu a mão, eu não dei a minha, porque eu não tenho duas faces – disse o treinador.

Em nota oficial, a Fifa admitiu que ofereceu 5 milhões de euros (R$ 17,4 milhões) à Irlanda, mas que seria um empréstimo para a construção de um estádio – e que deveria ser devolvido se o país se classificasse para a Copa seguinte, a de 2014, no Brasil. Porém, como os irlandeses não conseguiram vaga, a entidade abriu mão do dinheiro.


Objetivo é atingir Moscou

Mais do que esclarecer os atos de corrupção dos dirigentes, o FBI americano tem se esforçado mesmo é para rever o resultado das escolhas das sedes das duas próximas Copas do Mundo. Tanto Estados Unidos, quanto a Ingaterra foram derrotados nas últimas escolhas da FIFA, e não se iluda, se o Brasil não tivesse realizado à Copa com certeza entraria na roda também, pois em matéria de corrupção institucional ninguém bate o maior país da América do Sul.

Os russos colocam a diplomacia à frente dos acontecimentos, e entendem as investigações do FBI apenas como uma forma dos americanos atingir o país de Vladimir Puttin. Após os acontecimentos relativos a Ucrânia, Washington e Londres se sentiram desafiados por Moscou, sem poder usar a força na região estariam dispostos a causar prejuízos ao povo russo com intuíto de enfraquecer a gestão de Puttin.

Nos últimos dias, a Rússia deu sinais de preocupação com o novo cenário surgido na Fifa após Joseph Blatter anunciar que deixará a presidência. O risco é maior para o Catar, especialmente pela distância até 2022, e dirigentes do país alegam até racismo nas críticas recebidas. Na eventualidade de ocorrer uma mudança, a Inglaterra é candidata forte a substituta.

O cerco sobre Rússia e Catar se fechou especialmente depois de Chuck Blazer, diretor do alto escalão da Fifa, ter admitido que aceitou suborno para eleger a África do Sul como sede da Copa do Mundo de 2010 e também ter vendido seu voto para o Mundial de 1998 - não especificou em qual país votou. Ele evidenciou aquilo que apontam as investigações: que propinas eram recorrentes na entidade, sobretudo em negociações de direitos comerciais e em votações para sedes de Mundiais.

Cabe ao Comitê Executivo da Fifa decidir sobre eventuais mudanças em sedes de Copas. O artigo 85 do estatuto da entidade abre a possibilidade. O texto é vago. Fala que a competição pode ser revista em “circunstâncias imprevistas e de força maior”. Aí entra o Comitê Executivo, que tem “a decisão final sobre quaisquer assuntos não previstos no estatuto”.
Trapattoni acusa Blatter de sugerir encontro para esquecer mão de Henry



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Questão Brasil - 09/04/2019

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