Reinaldo

Acuado, Neymar, aos prantos, falou ainda no vestiário em deixar a Seleção

Um craque aos prantos, se contorcendo de dor e falando em ir para casa. Era a cena de Neymar no vestiário do Mané Garrincha, em Brasília, minutos depois de sair de campo no amistoso contra o Catar. As dores eram físicas – da torção no tornozelo, diagnosticada mais tarde como rompimento de ligamento -, mas principalmente emocionais.
Neymar no chão: jogador foi aos prantos após lesão contra o Catar — Foto: Antonio Lacerda/EFE
Era um retrato de um jogador acuado e pressionado. A acusação de estupro e o desgastante processo de defesa – que incluiu a exposição de conversas íntimas e nova investigação, de crime virtual – cobraram preço. O choro, em desespero, passava mensagem clara: Neymar não teria condições psicológicas para atuar.

Neymar pedia para ir embora, dizia que queria ver a mãe, o filho, a irmã e só se acalmou com o pai no vestiário – liberação que causou desconforto pelo ambiente ser de uso restrito de atletas e do estafe da comissão técnica.




Tite viu no intervalo, além do tornozelo inchado, um jogador que lhe abraçava deitado, sem conter a emoção. Aos 27 anos, Neymar ainda é chamado de menino por muitos – e a cena chocante parecia a de uma criança indefesa, que sucumbiu aos piores dias da carreira de 10 anos. Sempre sob holofotes e grandes repercussões.

O grupo todo se abalou muito com o corte. Até aquele momento, não contar com o camisa 10 não passou pela cabeça dos membros da comissão técnica. No hotel, Neymar ainda se mostrava muito emocionado. Apesar de todas as polêmicas e da acusação grave que o jogador responde de crime sexual, todos confiam na inocência de Neymar. Ao mesmo tempo, muitos tiveram sensação de alívio, devido ao jogador se afastar do foco da Seleção para cuidar de assuntos pessoais que prejudicavam sua preparação.

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Questão Brasil - 09/04/2019

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