Em matéria recente o Jornal Opção listou dez motivos que que levariam Iris Rezende a derrota, caso seja candidato a reeleição em 2020, e consequentemente a um final de carreira melancólico. O grande tocador de obras que o estado de Goiás conheceu desde os primórdios quando iniciou sua vida pública foi aos poucos dando lugar a um político pragmático de pouca ousadia que tem se preocupado em demasia com a economia e parece nem ligar para os problemas pontuais da sociedade goianiense.
As finanças da Prefeitura de Goiânia estavam em frangalhos quando o emedebista assumiu, isso não era nenhum segredo para ninguém na capital de Goiás, a gestão se vangloria por ter recuperado o caixa da prefeitura se esquecendo que o grande gestor de outrora só conseguiu a vitória porque a população acreditava que ele poderia trabalhar de forma arrojada e criativa sem deixar de cuidar das pessoas com recursos escassos. Iris Rezende priorizou a parte financeira se esquecendo de cuidar das pessoas e tem a secretaria de Saúde como o retrato fiel do que foi a gestão até aqui, a pior imagem possível da sua passagem pelo Paço Municipal.
A recuperação das finanças se deu pela falta que a prefeitura fez nas demandas da cidade, ao ser eleito e tomar posse esperava se de Iris Rezende uma atuação que priorizasse o cidadão sem deixar de lado a responsabilidade com a lei de responsabilidade fiscal e o que vimos foi uma gestão inerte em várias áreas, secretários despreparados e um Prefeito pouco participativo naquilo que ele mesmo elencou como prioridades. Se Iris Rezende decidir ser candidato novamente será derrotado ainda no primeiro turno porque deixou a desejar na atual gestão, mesmo após anunciar a recuperação financeira do caixa da prefeitura, o Prefeito anuncia um amontoado de obras, muitas sem necessidade para o momento, mesmo tendo um número gigantesco de obras paradas na capital. Esse é o erro mais grave e que deverá ser levado em conta no próximo pleito.
Jornal Opção (12.05.2019)
Alcaide se interessa por asfalto mas não pensa em modernizar a máquina pública nem em melhorar conexão entre os goianienses
Médicos, marqueteiros, administradores, pesquisadores, deputados, jornalistas, vereadores, garis e professores listaram os dez motivos pelos quais o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), tende a não ser reeleito em 2020. No fundo, são dez motivos para os eleitores “mudarem” seu voto daqui a um ano e quatro meses e optarem pela modernidade.
1 — Vive no passado — Até secretários de boa vontade admitem que se sentem incomodados quando vão despachar e o prefeito Iris Rezende não para de falar que, na década de 1960 — há mais de 50 anos —, quando ia contratar trabalhadores, primeiro olhava se tinham calos nas mãos e se acordavam cedo (as avaliações eram feitas às 5 horas da manhã). “Já ouvi a história ao menos umas cem vezes”, admite um secretário.
2 — Administra por métodos tradicionais — Iris Rezende não se preocupa com uma máquina administrativa moderna. Pelo contrário, seus principais comissionados são indicados por políticos e nada entendem de assuntos da máquina pública. Consta que, até hoje, o alcaide envia bilhetinhos para seus auxiliares. “O prefeito não envia e-mails, não usa WhatsApp e nem se comunica por Facebook e Twitter”, informa um ex-secretário. “Mal usa celular.”
3 — Não se preocupa com saúde e educação. As duas áreas são lembradas por Iris Rezende apenas quando geram problemas. Mas ele não gosta de estudar nada sobre o assunto. Nunca planejou um Hospital Municipal de Goiânia e tampouco um Hospital Materno-Infantil. Não fosse a rede de saúde estadual — Hugo, Hugol, HGG, HDT e Materno-Infantil, além do Crer, um hospital de reabilitação e readaptação —, Goiânia estaria mal servida, com seus postos de saúde abandonados, sem médicos (como pediatras) e medicamentos. Educação também não interessa ao emedebista, cujos auxiliares tratam professores e funcionários do setor como “aqueles grevistas”.
4 — É mero obreiro — Iris Rezende só se preocupa com asfalto, viadutos e trincheiras (as obras da Avenida 85 “clamam” por reformas, que não vêm). Não há uma obra moderna em Goiânia — no estilo do Centro Cultural Oscar Niemeyer — que leve sua marca.
5 — Não permite a renovação política — Jovens, para Iris Rezende, só são úteis para servir, mas não para serem apoiados politicamente. Em 2020, se for candidato, estará disputando sua quinta eleição em Goiânia (20 anos de poder, se for reeleito). Bruno Peixoto, Samuel Belchior, Agenor Mariano e Andrey Azeredo sabem que, com o apoio do prefeito, jamais disputarão o poder na capital. Em Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, do mesmo MDB, renovou, em 2016, ao bancar o jovem Gustavo Mendanha para prefeito.
6 — Praças com wi-fi? Serviços públicos conectados aos goianienses, da maneira a mais moderna possível? Semáforos eletrônicos dos mais modernos e sincronizados? Nada disso rima com Iris Rezende, que, como já se disse, ainda permanece comunicando-se por bilhetinhos, como o presidente Jânio Quadros fazia, em 1961, há quase 60 anos. Consta que, quando auxiliares falam em modernizar a máquina pública, com a implantação de sistemas de informatização mais modernos, o alcaide pede para deixar para depois. Quando falam em “asfalto” e “trincheiras”, os olhos do prefeito brilham. Até parece que está indo para uma guerra santa.
7 — Numa das campanhas, Iris Rezende disse que iria resolver os problemas do transporte coletivo em seis meses. Depois de três mandatos, equivalentes a 12 anos, o prefeito nada fez para melhorá-lo. Não teve coragem sequer de criar um Fundo para o Transporte Coletivo — que existe na maioria dos países desenvolvidos — para beneficiar a área com serviços de mais qualidade para a sociedade. É provável que, se o interlocutor mencionar VTL e metrô, Iris busque na memória os tempos em que vendia lenha num carrinho de mão em Campinas, berço de Goiânia, na década de 1950 — antes de se tornar político.
8 — Segurança pública — Prefeitos de cidades médias e até pequenas contribuem para melhorar a segurança pública, criando bancos de horas e até fornecendo comida para presídios. Em Goiânia, município mais rico de Goiás, o prefeito Iris Rezende não move uma palha para melhorar a segurança pública. Pelo contrário, nem aceita discutir o assunto, sugerindo que o Estado é responsável exclusivo pela área.
9 — Não respeita o Legislativo. Em 2017, ao indicar Andrey Azeredo para presidir a Câmara Municipal, Iris Rezende praticamente transformou o Legislativo numa espécie de secretaria. Só agora, com o presidente Romário Policarpo (Pros), é que o Legislativo se tornou um Poder de fato. O prefeito, se pudesse, governaria sem a Câmara.
10 — Funcionalismo público — Iris Rezende nunca teve apreço pelo funcionalismo público. Por isso não se preocupa com programas de qualificação e planos de carreira que sejam verdadeiramente decentes. O prefeito avalia que basta pagar os servidores — que já estariam “ganhando muito” e “trabalhando pouco”.
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