Reinaldo

Bolsonaro contraria líder e diz que bancada do PSL “não vai atrapalhar votações”

Contrariando o que disse mais cedo o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o presidente Jair Bolsonaro defendeu que a Medida Provisória que enxugou o número de ministérios seja votada no Senado sem modificações. “No meu entender, deve aprovar o que foi votado na Câmara e vamos seguir em pautas mais importantes” —afirmou.
Bolsonaro e o ministro Onyx Lorenzoni participam da transmissão ao vivo feita toda quinta-feira pelo governo Foto: Reprodução
O presidente deu a declaração durante a transmissão ao vivo semanal que faz às quintas-feiras em sua página do Facebook. Mais cedo, Bezerra Coelho defendeu que o Senado mude a MP para garantir que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) continue no Ministério da Justiça.

DIZ O RELATOR — “Nós vamos defender o Coaf com o ministro Moro. Essa é a posição que está no relatório, mas isso depende do plenário do Senado” — afirmou Bezerra.

Após a fala do presidente, o Globo procurou Bezerra para saber se houve uma mudança na posição, mas o líder respondeu apenas que irá “seguir a orientação do governo”.

Ao falar sobre a MP, Bolsonaro se confundiu e disse que, na medida que foi aprovada, “Coaf foi para o Ministério da Justiça”. Na realidade, o órgão foi transferido para o Ministério da Economia, contrariando o desejo do ministro Sergio Moro.

VALIDADE – Se o Senado insistir em manter o Coaf com Moro, porém, a MP corre risco de perder a validade, porque terá que voltar à Câmara, onde já foi votado, na noite de ontem, que o Coaf deveria ser transferido para e Economia. Se a MP não for aprovada nas duas casas até 3 de junho, a estrutura volta a ser a dos 29 ministérios do governo Temer.

“A minha bancada é uma bancada de parlamentares bastante novos, alguns ainda acham que tem que ganhar todas, não dá. A gente vai ter que perder, (se) vai ter que perder uma votação, sem problema nenhum, e quem tiver mais voto leva” — disse Bolsonaro.

Na noite de quarta-feira, o partido do governo acabou atrasando as discussões para tentar derrubar a previsão de que auditores da Receita Federal fossem proibidos de investigar crimes não fiscais. A proposta foi inserida pelo líder de governo Bezerra Coelho na Medida Provisória, mas foi refutada pelos governistas na Câmara. Na quinta-feira, um acordo entre líderes da Câmara derrubou a proposta e permitiu a votação.

BANCADA LIVRE – “Agora nossa bancada não vai atrapalhar votações no que depender de mim. Não tenho ascendência na bancada, o pessoal acha que eu mando na bancada. Eu não mando, logicamente. Os líderes nós que indicamos e eles trabalham nesse sentido, Joice Hasselmann e o Vitor Hugo, trabalham nesse sentido, para que a gente busque o melhor possível para atender o povo, mas o Parlamento tem mais do que autoridade, tem legitimidade para mudar essas questões”, disse Bolsonaro.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Constituição proíbe a reedição de medida provisória na mesma sessão legislativa, mas nada impede que o governo crie outra MP, mais extensa, abrangendo outros temas e nela inclua a reforma administrativa. Afinal, estamos no país do jeitinho brasileiro. (C.N.)
Natália Portinari/ O Globo


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Questão Brasil - 09/04/2019

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