A preocupação da ministra Carmen Lúcia é procedente, uma vez que qualquer que seja o resultado em Porto Alegre implicará na desmoralização de alguém ou alguma instituição, afinal de contas a política se misturou com o processo judicial de tal forma que é quase impossível separar o ordenamento jurídico do oba-oba político que cerca o ex-presidente Lula. É preciso salientar que a parte técnica do Juízo tem que se ater aos fatos e as provas produzidas pelo MPF, os Desembargadores não podem deixar transparecer que seus votos por uma eventual condenação ou absolvição esteja revestida de algum viés partidário ou de certa forma inclinação para uma ideologia política.
Na modesta opinião deste escriba a condenação desmoraliza ainda mais o já combalido Partido dos Trabalhadores sem afetar a pessoa do envolvido diretamente Luiz Inácio Lula da Silva, pois como bem disse Palocci na sua quase delação, Lula já se tornou uma divindade que transcende a política brasileira. Por outro lado, a absolvição coloca na berlinda várias decisões judiciais que estão ancoradas em delações que não apresentaram provas robustas da participação dos réus, além é claro de reduzir a pó a credibilidade do juiz Sérgio Moro que tem sido venerado por ter condenado em Curitiba muita gente do PT ou ligada ao ex-presidente Lula. Nesse quesito a absolvição desmoraliza circunstancialmente a própria Lava Jato no âmbito de Curitiba. Claro que estas são opiniões pessoais e não necessariamente serão levadas em conta por algum ator que deseja a condenção ou absolvição do ex-presidente Lula.
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