Reinaldo

Rodrigo Janot cogita fazer não só uma, mas inúmeras denúncias contra Tem...

Com o fim, na próxima semana, do prazo para que a Polícia Federal finalize as investigações que envolvem o presidente Michel Temer (PMDB), cresce a expectativa entorno da denúncia que será apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Interlocutores dão conta de que o procurador deverá encaminhar as acusações em partes, e não de uma vez só, o que dificultaria as articulações do presidente junto à Câmara de Deputados. Pela Constituição, a Câmara precisa admitir a denúncia contra o presidente antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar se abre ou não uma ação penal. Temer deverá ser acusado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de justiça. 

Enquanto enfrenta as acusações, Temer também encontra dificuldades em manter sua base aliada. Apesar de o PSDB ter decidido, nesta semana, manter o apoio ao governo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em carta publicada pela mídia nesta sexta-feira (19), afirma que anteriormente, havia classificado como "golpe" a ideia da oposição de antecipar eleições, mas, desta vez, falou que falta "legitimidade" ao presidente e que a medida seria um "gesto de grandeza" para atender a um pedido popular.
"A ordem vigente é legal e constitucional (dai o ter mencionado como "golpe" uma antecipação eleitoral), mas não havendo aceitação generalizada de sua validade, ou há um gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder pedindo antecipação de eleições gerais ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto", afirmou o ex-presidente.

O próprio presidente interino do PSDB, o senador Tasso Jereissati, admitiu ao anunciar que o PSDB manteria o apoio ao governo que a atitude era "incoerente", que que ele também afirmou que que o partido vai recorrer da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que absolveu a chapa Dilma-Temer.

"Com certeza há uma incoerência nisso, mas foi a história que nos impôs. Esse não é o meu governo, nem o governo dos meus sonhos. Não votei nele [Temer] nem nela [Dilma]. Estamos juntos para dar a estabilidade que o país precisa. Estaria mais confortável com alguém do PSDB [na Presidência]".

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Questão Brasil - 09/04/2019

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