Depois da delação mais devastadora da Lava Jato, Delcídio Amaral perde mandato e o Foro Privilégiado – A Politica como profissao

Foram setenta e quatro votos a zero e uma abstenção, em plenário os colegas do Senado decidiram tirar lhe o mandato e consequentemente o foro privilégiado do ex-líder do governo na Casa.
Delcídio Amaral (sem partido - MS), é o responsável pela delação mais devastadora até agora na Lava Jato, que acusa a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do PSDB Aécio Neves e a cúpula do PMDB no Senado, incluindo o presidente da Casa Renan Calheiros, por sinal um dos mais interessados em acabar logo com o assunto Delcídio.
A votação em plenário foi feita pelo painel eletrônico, o que agilizou o processo. A cassação teve como base a quebra de decoro de Delcídio ao ser preso em flagrante tentando obstruir as investigações da Lava Jato.
Ontem, o agora ex-parlamentar fez um depoimento emocionado à CCJ no qual chegou a chorar e afirmar que o plano de fuga do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, que levou à sua prisão, nunca foi concretizado.
Senadores do PSDB, cujo presidente Aécio Neves entrou na mira da Lava Jato graças ao depoimento de Delcídio, ainda tentaram, sem sucesso, defender a tese da defesa do parlamentar para que a cassação não fosse votada hoje.
Aliás vazou na imprensa dias atrás que os integrantes do partido tentaram um acordo com Delcídio para livrar a cara de Aécio, em vão, já que o estrago estava feito.
Com isso, a expectativa é de que o político, o único que já foi filiado ao PSDB e ao PT, perca seu mandato e, com isso, o foro privilegiado a que tem direito.
Uma gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró colocou o discreto Delcídio no olho do furacão, e após ser pego em flagrante tentando planejar a fuga de Cerveró antes que o mesmo fizesse um acordo premiado, Delcídio foi preso preventivamente no ano passado e decidiu entregar todo mundo suspeito nas investigações.
Ele chegou a ser denunciado por tentativa de obstruir as investigações e, após a perda de seu mandato, deverá ter seu processo remetido para a temida República de Curitiba, onde será julgado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal.
Com a perda do mandato e uma eminente condenação, ex-aliados ainda têm receios de que o agora ex-senador tenha algo mais a dizer sobre a corrupção no Brasil e com isso mais nomes possam surgir na Lava Jato.

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