Reinaldo

STF anula eleição de comissão, fortalece o Senado e impõe 1ª derrota a oposição no processo de impeachment

Nem o mais pessimista dos oposicionista ou o mais otimista dos governistas poderiam imaginar o cenário construído pelo STF ao definir os ritos do Impeachment da Presidente Dilma Rousseff. A maioria absoluta dos ministros do Supremo Tribunal Federal foram favoráveis a possibilidade do Senado recusar a abertura de um processo de impeachment, mesmo após a Câmara dos Deputados autorizar a instauração.

Os governistas não quiseram cantar vitória, mas é inegável que eles entenderam as decisões do Senado como a primeira vitória no doloroso e desgastante rito do impeachment. Tendo Michel Temer trabalhando em prol da destituição da Presidente, chegou a ser um alívio para o Governo ver Renan Calheiros ser elevado a condição de condutor final do processo.

Conforme entendimento do STF, só por decisão dos senadores, e não dos deputados, a presidente poderia ser afastada do cargo, por até 180 dias, até o julgamento final sobre seu mandato, também a cargo do Senado.

Para ser um dia perfeito para o Governo Dilma, faltava alguma coisa, enquanto o STF anulava a eleição da comissão do impeachment e determinava que a comissão terá que ser em chapa única e apenas com indicação dos líderes dos partidos, Leonardo Piciani era reconduzido ao posto de líder do PMDB na Câmara. Derrota humilhante imposta ao Vice Presidente Michel Temer e mais um duro golpe para a oposição em uma quinta feira perfeita para Dilma e seus aliados.

A ação do PC do B questionou as regras seguidas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para iniciar um processo de deposição da presidente da República e as decisões tomadas pelo Supremo recolocam o processo na estaca zero. Ao estabelecer que a palavra final sobre a instalação do processo cabe ao Senado, os Ministros tiram da Casa de Leis as pechas de "Câmara Baixa" ou simples "carimbador de papéis".

Ainda tem muita coisa para acontecer, se na semana passada os governistas tinham tudo para lamentar, esta semana pode se dizer que já empataram o jogo e sua tática dentro da partida parece oferecer mais alternativas para que ele, governo, chegue a vitória. Aécio Neves deve estar lamentando as decisões, uma vez que ele pode ser o maior perdedor nesta história, pois ninguém na história deste país perdeu tanto para Dilma e o PT quanto ele. Só nesta eleição que teima em não acabar, o Tucano já deve ter perdido uns seis turnos de uma eleição que ele acha que não perdeu.

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Questão Brasil - 09/04/2019

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