Reinaldo

Feliz com o pesadelo Esmeraldino, Vila Nova entra em campo para continuar sonhando com uma conquista real

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Sabe aquela expressão time sem vergonha? Pois é o retrato do Goiás Esporte Clube hoje, e não estou menosprezando a instituição, muito menos desrespeitando a sua vitoriosa história, mas justamente por ter uma trajetória brilhante ao longo dos seus 72 anos de existência é que não consigo entender o porquê de os dirigentes esmeraldinos não pensarem de forma grandiosa, como são o patrimônio, a estrutura e a própria história.


O pensar pequeno na Serrinha nunca foi uma novidade, mas nesta década o conformismo com a pequenez tem se tornado mais latente, até pelos constantes rebaixamentos que o clube tem passado, a falta de ambição em ser um clube de fato grande não tem nada a ver com o sucesso de seu arquirrival no momento, pois pode ser apenas fogo de palha, mas tem muito a ver com a acomodação de os dirigentes que tem consciência do tamanho e da representatividade que o Goiás Esporte Clube tem no cenário goiano e brasileiro.
A decisão de não contratar um treinador para os últimos jogos do campeonato mostra que os próprios dirigentes não acreditam mais na salvação nesta temporada, estão passando o recibo de que não adianta mudar o comandante se não há um elenco com jogadores capazes de se superar nesta hora complicada, o clube conta apenas com projetos de craques que já se acham estrelas acima de qualquer contestação, Rodrigo e Erik são os símbolos de uma equipe sem alma, brio e vergonha na cara.


Apenas criticar os dirigentes não é justo, claro que a parcela de culpa deles é enorme, mas os jogadores também são responsáveis, pois entram em campo e não demonstram vibração, raça ou vontade de tirar o Goiás desta situação. Citei nominalmente Erik e Rodrigo porque são os dois que já estão com os pensamentos fora do clube e a falta de compromisso resulta na falta de empenho dentro de campo.
O estágio em que se encontra o Vila Nova não serve de exemplo para o Goiás em nada como pregam por aí, o time que conseguiu brilhantemente o acesso está em reconstrução depois de anos desastrosos dentro e fora de campo, já viveu este momento glorioso de acesso mais de uma vez, mas o projeto não costuma ter sequência. A torcida merece ser reverenciada não por comparecer sem ao estádio ou gritar 90 minutos para incentivar o time, ela deve ser enaltecida pelo amor que nutre por um time que não ganha nada importante a quase 11 anos e as únicas alegrias que proporciona ao sofrido torcedor são conquistas de acessos. Mas enquanto o Vila Nova surfa na onda do bom momento, o Goiás que já é um time estruturado, quase pronto para ser grande, não consegue porque tem faltado comprometimento por parte dos atletas e um pouco mais de ambição por parte dos seus dirigentes.
Não adianta ter uma infraestrutura de primeiro mundo, invejada por boa parte dos clubes brasileiros se na prática o clube tem objetivos tão modesto que na visão de muitos coloca o Esmeraldino no mesmo patamar do Vila Nova e do Atlético. A torcida Colorado tem mais é que comemorar mesmo a conquista do acesso e curtir o momento, enquanto que a diretoria tem que manter os pés no chão e manter o foco na reestruturação do clube, porque senão o Tigrão só vai ficar comemorando acessos e lamentando descensos.
Em 2016 poderemos ter os 3 times de Goiás na mesma divisão e ao contrário do que tenho ouvido por aí, penso que as equipes vão precisar se refazerem quase que em sua totalidade, o Atlético teoricamente estaria em vantagem se conseguir manter a sua base atual. Goiás com seus jogadores descompromissados com o clube terá que investir o que poupou nos últimos anos e o empolgado Vila Nova tem que seguir firme no processo de se reinventar, calçando as sandálias da humildade e sendo inteligente para reconhecer que um time de série C pode até dar um caldo no campeonato Goiano, mas não consegue nem se manter na dificílima série B.   
Goiás tem estrutura e patrimônio invejáveis, mas com jogadores medíocres e sem brio é hoje o menor dos clubes do estado
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Questão Brasil - 09/04/2019

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