Um vídeo de imigrantes sendo tratados com desprezo em um campo de refugiados na fronteira entre a Sérvia e a Hungria está circulando pela imprensa internacional e pelas redes sociais nesta sexta-feira (11), causando revolta e comoção. Nas imagens, é possível ver uma aglomeração de imigrantes tentando receber um pacote de alimentos fornecido por agentes húngaros, que lançam a comida pelo ar.
Uma mulher australiana que gravou o vídeo disse que os imigrantes têm sido tratados como "animais" e implorado para que as autoridades europeias abram suas fronteiras. Representantes da ONG Human Rights Watch também condenaram as cenas e afirmaram que os estrangeiros são tidos como "bois em matadouros". Também nesta sexta-feira, um italiano foi preso perto de Budapeste por transportar ilegalmente 33 imigrantes sírios, entre eles duas mulheres, dentro de um furgão. O homem, de 52 anos, foi detido na região do lago de Balaton sob acusação de tráfico de ser humano.
Apesar dos esforços de alguns países europeus, como a Alemanha, para conter a crise de refugiados, a situação continua tensa na Hungria e em outras nações que servem de porta de entrada para o continente, como a Itália e a Grécia. Somente nas últimas 24 hotas, mais de 3.225 imigrantes entraram na Hungria vindos da Sérvia. A maioria é de origem síria, afegã, iraquiana ou paquistanesa, populações afetadas por conflitos no norte da África e o Oriente Médio. Outros 7,6 mil imigrantes cruzaram a fronteira entre a Macedônia e a Grécia para pedir asilo à União Europeia (UE). A chegada de 12 mil pessoas em apenas um dia na cidade de Nickelsdorf, que fica entre a fronteira da Áustria com a Hungria, fez as autoridades locais suspenderem os serviços de transporte internacional.
Nas últimas semanas, milhares de imigrantes estão atravessando a Europa em busca de proteção. A pé, em trens ou ônibus, famílias inteiras tentam vencer barreiras, chuvas torrenciais e travessias marítimas para solicitar asilo. Muitos refugiados tentam chegar à Hungria antes do dia 15 de setembro, quando o país colocará em vigor uma legislação mais rígida contra a imigração. Recentemente, as autoridades ordenaram a criação de um muro em 175 quilômetros de sua fronteira com a Sérvia. Enquanto isso, os líderes europeus tentam encontrar medidas para solucionar a crise, considerada a pior desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Alemanha propôs um sistema de cotas fixo que obriga os membros da UE a receberem os imigrantes.
Berlim já anunciou que tem capacidade de refugiar cerca de 500 mil pessoas por ano. A Comissão Europeia também pediu a distribuição de 120 mil imigrantes pelos países-membros do bloco. No entanto, a República Tcheca, a Hungria, a Polônia e a Eslováquia rejeitaram as ideias. (ANSA)
Jornal do Brasil - Internacional - Vídeo mostra imigrantes sendo alimentados como 'animais' na Hungria
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