Reinaldo

Globo deixa o "PIG" e adere ao Governo Dilma: João Roberto Marinho e o editorial surpresa da Globo

APÓS REUNIÃO COM SENADORES PETISTAS, O VICE-PRESIDENTE DAS ORGANIZAÇÕES GLOBO, JOÃO ROBERTO MARINHO, PROMETEU CONVERSAR COM SEUS COMANDADOS SOBRE AS PAUTAS TENDENCIOSAS CONTRA O GOVERNO. E MENOS DE UM DIA ATÉ O JORNAL NACIONAL DEU ESPAÇO À PAUTA GOVERNISTA.

João Roberto Marinho se encontrou com os senadores petistas e esboçou espanto ao saber que a cobertura jornalística de sua empresa é extremamente tendenciosa contra o governo. Um dos proprietários do Grupo Globo e filho de Roberto Marinho prometeu conversar com seus comandados e exigir deles a máxima “imparcialidade”. Em menos de um dia, o Jornal Nacional abriu espaço para a presidenta Dilma e quase esboçou um apoio irrestrito ao governo; além do mais, o jornal O Globo refez a trajetória do editorial na TV e por um momento amainou o clima de golpismo presente nas esferas administrativas desta República. Mas o que significa a guinada da Globo em direção aos governistas?

Segundo informações do jornalista Paulo Nogueira, do DCM, os senadores petistas admitiram a João Roberto Marinho que não teriam controle sobre a base partidária (militância) caso o ex-presidente fosse preso diante dos ataques constantes da imprensa. Além disso, o acirramento entre as forças institucionais tem colocado a democracia em perigo. O jornalista e empresário das Organizações Globo conchavou com estes senadores petistas com a clara intenção de amainar o sofrimento do governo. Foi mais uma oportunidade de mostrar o poder da mídia hegemônica e evidenciar a debilidade dos políticos, das instituições públicas e do povo diante de uma empresa de comunicação.

Mais uma vez a grande mídia soterra qualquer possibilidade de debate da Lei de Meios. Quando a TV Globo reavivou a defesa ao governo Dilma, pediu simbolicamente que a regulação da mídia seja descartada até segundo plano. Porque a Globo, como empresa de comunicação, não bate prego sem estopa. Eles jamais são industriados a fazer algo sem que a recompensa venha em seguida. Acudiram o governo, mas dele pedirão uma amostra de gratidão. Resta saber se o governo, em nome de uma sobrevida, não entregou sua alma àqueles que querem destruí-lo e o farão na primeira oportunidade. João Roberto mostrou surpresa ao ser confrontado com a tendenciosa cobertura dos seus veículos de comunicação. Não soa estranha esta perspectiva?

No próximo domingo (16), as forças contrárias ao governo Dilma se lançarão novamente nas ruas deste país em protesto. Será a oportunidade de ver como se comportará a Globo. Nas últimas manifestações eles deram voz aos defensores do impeachment. Como evidenciou o vice-presidente das Organizações Globo, a presidenta Dilma Rousseff deverá permanecer até 2018. Isso não demonstra nenhum interesse da Globo em defender a democracia, mas sim de não deixar com que a crise ponha fogo em tudo. Eles são espertos demais para provocar o caos e nele sucumbir sem perceber. Se o golpe está engendrado e não terá apoio ideológico da Globo e da mídia tendenciosa, o que acontecerá no próximo domingo?

Uma organização gigante como a Globo não pode dispensar a receita de publicidade do governo federal. Sucumbiria rapidamente diante do crescimento de outras mídias que a transformariam numa empresa pré-histórica. Os Marinho precisam fazer este exercício de poder e mostrar que são os donos da bola. E se os senadores petistas participantes deste encontro não guardarem as devidas proporções de sua representação para o futuro do governo, melhor começar a repensar. Não é assim e nem desta maneira que o salvarão.
Fonte: Nossa Política

João Roberto Marinho e o editorial surpresa da Globo


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Questão Brasil - 09/04/2019

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