Reinaldo

DF veta projeto que proibia o uso do serviço de transporte particular

A disputa entre motoristas de táxi e a Uber teve mais um lance nesta quinta-feira (6) em Brasília. O governo do Distrito Federal vetou um projeto do legislativo que proibia o uso do serviço de transporte particular.

Basta digitar no celular o local de saída e o destino. A gente tem uma ideia com antecedência de quanto deve pagar. O carro vem buscar e a cobrança é feita no cartão de crédito. A qualidade do serviço tem conquistado o passageiro.

“É um bom serviço. Eu acho que esse serviço não deve sair nunca, eu gostei”, opinou a consultora de beleza Enildes Silva.

Os taxistas não gostaram nem um pouco dessa nova opção. Alguns deles, que muito antes da nova tecnologia, já estavam nas ruas à espera dos passageiros. O táxi gera milhões de empregos no país.

“Luta longa e dura, campeão, aí na batalha. No dia a dia só está dando para sobreviver, dormindo na laje para pagar as contas”, contou o taxista José Gerardo.

O choque do tradicional com o novo tem provocado confrontos. Na madrugada desta quinta-feira no Rio de Janeiro, uma discussão por passageiro levou um motorista do Uber e um taxista para a delegacia.

No início da semana, em Brasília, taxistas obrigaram dois passageiros a sair de um carro do Uber: “Se não descer vamos quebrar o vidro. É Uber? É Uber, está tomando aguinha lá”, disseram os taxistas.

O debate é mundial. Seja aqui no Brasil ou em outros países, a discussão é a mesma: como conciliar o direito do consumidor de escolher com a necessidade de criar normas para novos prestadores de serviços?

O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, do PSB, acredita que simplesmente banir os aplicativos não é o caminho. Ele vetou um projeto de lei que proibia o uso do serviço de transporte particular.

Nos próximos três meses, vai juntar todos os lados para criar regras de funcionamento do aplicativo. Entre as propostas está a possibilidade de oferecer ao consumidor os dois serviços, usando o mesmo aplicativo.

O gerente-geral da Uber no Brasil quer uma parceria com os taxistas.

“Aquele taxista que paga aquela diária, que paga cem, duzentos reais pelo aluguel do alvará, ele passa a ter uma opção, ele passa a ter a possibilidade de trabalhar como parceiro da Uber”, disse Guilherme Telles, gerente geral da Uber no Brasil.

Os taxistas não querem conversa.

“A categoria recebeu com muita tristeza o veto do governador. E agora vamos trabalhar para derrubar esse veto na Câmara Legislativa”, declarou Sérgio Aureliano, diretor do Sindtaxi-DF.
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Questão Brasil - 09/04/2019

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