Reinaldo

Redes Sociais conquistam espaço e o poder de pautar a grande imprensa do Brasil

Um veículo de imprensa ou Jornalista tem como premissa jogar um feixe de luz onde não se cogita que haja algo a ser esclarecido, ou relatar fatos novos, diferentes do conhecimento geral e que seja importante ou relevante de ser explorado. O furo jornalístico sempre é celebrado por quem trabalha com comunicação, é a partir do fato novo que todos correm atrás de seus desdobramentos que tragam esclarecimentos sobre os assuntos que despertam a curiosidade e o interesse de todos.

O Jornalista tem o direito de preservar suas fontes, resguardando o sigilo do informante e a confiabilidade para que outras informações venham à tona por meio delas. Isso não exclui de jeito nenhum a obrigação de dar voz aos atores da notícia, assim sendo, mesmo sendo desmentido por um lado da questão, toda e qualquer matéria precisa ser analisada com atenção, principalmente quando o assunto é política e futebol, pois as coisas costumam mudar muito rápido e o que é de uma forma hoje, pode não ser da mesma forma amanhã.

Neste final de semana a Revista Veja traz uma reportagem de capa que vende a ideia da participação de Lula no esquema de corrupção na Petrobras, a matéria tem como personagem principal o empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que de acordo com a Veja, Léo Pinheiro teria autorizado seus advogados a negociar com os procuradores a sua delação premiada. O ex-presidente da OAS teria provas de que Lula se beneficiou dos recursos do esquema de corrupção da Petrobras e que recebia favores das empreiteiras.

Até aqui, o fato novo seria a negociação para que o empreiteiro se torne um delator e apresente provas que ponham Lula no olho do furacão. A revista Veja que outrora já foi leitura obrigatória para entender casos que envolvam ilícitos no Governo Federal, tem feito revelações que não se confirmam, como ocorreu com a delação de Ricardo Pessoa, que a Veja explorou durante algumas semanas e quando finalmente ele abriu a boca, não pôs nenhuma lenha na fogueira das vaidades, poder e corrupção.

O princípio básico do jornalismo é sempre, em qualquer assunto, ouvir os dois lados da questão, apurando minunciosamente a notícia e aí sim levar a matéria ao conhecimento de todos, sem deixar nenhuma ponta solta que venha a gerar dúvidas sobre o que está sendo retratado. Não estou afirmando que a Veja esteja fazendo um jornalismo irresponsável em cima de assuntos tão sérios e complexos, mas dentro deste princípio de ouvir todos os lados para que não se cometa injustiças com quem quer que seja, é que pergunto: Quem teria sido ouvido para fins de elucidação dos questionamentos que a matéria exige¿

A defesa de Léo Pinheiro não foi, pois Edward Carvalho, advogado da OAS e que também representa Léo Pinheiro, afirmou de forma publica que não houve contato com os procuradores da República e que não há intenção de fazer uma delação premiada.
O advogado disse: “Nunca existiu conversa e não há intenção para ter uma conversa com a Procuradoria da República. Isso não está nem em estudo. Somos radicalmente contra a delação premiada”.

A defesa de Léo Pinheiro reforçou a negativa por meio de uma nota, em que desmente a matéria, e reitera que não houve nenhuma conversa com o Ministério Público Federal. "Sobre a reportagem da Veja deste final de semana, José Adelmário Pinheiro, vulgo Léo Pinheiro, e seus defensores têm a dizer, respeitosamente, que ela não corresponde à verdade. Não há nenhuma conversa com o MPF sobre delação premiada, tampouco intenção nesse sentido."

Léo Pinheiro foi preso em novembro de 2014 no âmbito da operação Lava Jato. Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou a sua prisão domiciliar e desde então, imagina se que o empreiteiro não tenha tido nenhum contato com a imprensa, na qual está inserida a Revista Veja. Perguntar não ofende, muito pelo contrário, perguntar ajuda a elucidar as questões, apurando os fatos para que não paire nenhuma dúvida depois que a notícia cair na boca do povo.

A função do jornalista é perguntar tudo, praticar o exercício da investigação, sim porque cada um de nós tem dentro de si um investigador em potencial, mas nunca podemos deixar de dar voz aos dois lados de um mesmo assunto, antes de estampar a manchete nos veículos de comunicação. Se Léo Pinheiro está sem contato com a imprensa e a defesa dele faz questão de desmentir a reportagem de forma veemente e publica, quem teria sido ouvido pela Veja¿

Exercício de futurologia é comum no meio, quando se confirma, o jornalista autor da matéria ganha até prêmio pelo feito, mas quando só serve para trazer mais dúvidas para um assunto que é sim de interesse nacional e até internacional.

Estaria o veículo de imprensa da Editora Abril tendo informações privilegiadas por parte dos responsáveis pela investigação no âmbito da Lava Jato¿

O Jornalista inventou tudo, contando com o desfecho descrito por ele na matéria, por entender que isso vai acabar ocorrendo, já que o empreiteiro está num beco sem saída neste momento¿

Responsabilidade é a chave para que não haja dúvidas e tanto o Jornalista, como o veículo no qual ele é vinculado tenham credibilidade na história que estão contanto para um mundo de audiência que acaba esperando só isso de quem se propõe a informar.
Romário tem conta milionária na Suíça - e não a declarou ao Fisco | Brasil | Notícias | VEJA.com


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Questão Brasil - 09/04/2019

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