Reinaldo

Antes de depor, presos da Lava Jato fazem exame de corpo de delito no IML

O cenário volta a ficar tenso para petistas e o governo, cuja a avaliação é de que o cerco esta se fechando. As prisões dos executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez faz acender as luzes de alerta não só no PT de Lula, mas assombra todo o meio político, uma vez que os desdobramentos da operação lava jato quase sempre tem reflexos em outras frentes fora da Petrobras.

Desde de que ocorreram as prisões dos empreiteiros, as notícias dão conta que vários políticos estão em estado de alerta e um dos mais preocupados com os acontecimentos na 14ª fase da operação lava jato seria Luiz Inácio Lula da Silva, por não ter mandato e nem foro privilégiado. A situação trouxe preocupação ao Palácio do Planalto, ainda mais depois que o pai de Marcelo Odebrecht, Emílio Odebrecht, ameaçou derrubar a República, caso seu filho permaneça preso por muito tempo. 

Apesar da intenção dos assessores palacianos em manter a presidente Dilma Rousseff totalmente afastada das polêmicas provocadas pela Operação Lava Jato e das consequências dela, o sentimento é que todo este processo acaba por desestabilizar o governo, que já se encontra sob ataques de vários setores e sofrendo com baixa popularidade.

A preocupação não é só pela queda de confiança do governo Dilma, mas o temor se estende também ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que consideram ser o alvo atual da Lava Jato. Se a operação chegar em Lula, não há como evitar os respingos em Dilma Rousseff. O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi visto muitas vezes no Planalto, durante o governo Lula e em inúmeras viagens do ex-presidente a África. 

A empresa de Marcelo Odebrecht está à frente da construção do polêmico Porto de Mariel em Cuba, e desde 2011, Dilma se reuniu pelo menos cinco vezes oficialmente, com o presidente da Odebrecht.

O jornal O Globo trouxe uma matéria neste Sábado em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu o coração a um seleto grupo de padres e dirigentes de entidades religiosas no auditório de seu instituto em São Paulo. O jornal afirma que em tom de desabafo, Lula criticou duramente a presidente Dilma Rousseff e creditou ao governo dela, sobretudo no segundo mandato, a crise vivida pelos petistas. 

Para o ex-presidente, a taxa de aprovação da companheira está no “volume morto”, numa referência à situação hídrica vivida pelos paulistas, e, com o silêncio do Planalto, o “governo parece um governo de mudos”. Lula admitiu ainda que é “um sacrifício” convencer sua sucessora a viajar pelo país e defender sua gestão.

— Dilma está no volume morto, o PT está abaixo do volume morto, e eu estou no volume morto. Todos estão numa situação muito ruim. E olha que o PT ainda é o melhor partido. Estamos perdendo para nós mesmos — disse Lula.

Com bom trânsito no Palácio do Planalto, Marcelo Odebrecht era próximo do ex-presidente Lula e aos poucos ganhou também a simpatia de Dilma Rousseff, ele acreditava estar blindado contra as ações da Polícia Federal. Desde o início da Operação Lava-Jato, a Odebrecht vem negando com veemência qualquer participação no esquema de fraudes em licitações da Petrobras.

Ironicamente, há cinco anos, o Presidente da empreiteira adotava discurso duro contra os corruptos. “Bota na cadeia quem tem culpa. Se achar alguma coisa, puna os culpados”, disse ao jornal “O Estado de S. Paulo”, em fevereiro de 2010, ao ser indagado sobre a desconfiança do Tribunal de Contas da União (TCU) em relação a licitações de obras públicas.



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Questão Brasil - 09/04/2019

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