Reinaldo

O que pretende Marconi Perillo: Voo Nacional, choque gestão preventivo ou "pavimentar" o caminho para Valéria Perillo em 2018?

- Político que enxerga à frente do seu tempo, Marconi Perillo terá 4 anos intensos e de novos desafios -
Cortar gastos, reduzir comissionados e fazer economia são os objetivos traçados para o 4o. mandato que merecem aplausos de quem espera um estado mais enxuto e eficiente na prestação de serviço ao cidadão.

Ainda mais quando se consegue antever o que pode acontecer na economia brasileira nos próximos anos, muitas dificuldades e até recessão não estão fora da pauta de quem vai governar à partir de Janeiro.

Pode sim ser classificada como "Choque de Gestão", a Reforma Administrativa proposta por Marconi Perillo para iniciar o seu quarto mandato.

O projeto não tem encontrado resistência nenhuma da Assembleia Legislativa e com raríssimas exceções só tem recebido elogios. A idéia que tem como base a extinção de secretarias, a abolição de cargos de servidores comissionados e o fim dos contratos temporários, não deixa de ser um sonho da oposição que sempre bateu nesta tecla.

Tanto oposição, quanto aliados do Governador consideram o projeto inovador e já é visto como um novo modelo de gestão. A situação elogia porque o estado vai ficar mais ágil, a oposição faz o mesmo porque entende que cortando comissionados o governo enfraquece o patrimônio eleitoral.

A economia que está prevista em R$ 300 milhões já para 2015 e o enxugamento da máquina administrativa, somados ao bom funcionamento do conjunto de ações, podem dar visibilidade política além das fronteiras a Marconi Perillo, que não se faz de rogado ao falar sobre o assunto, sem esquecer de suas responsabilidades enquanto gestor deste estado.

O líder Tucano é um dos gigantes da política local, colocou nomes tradicionais no bolso, venceu Iris Rezende por três vezes na disputa pelo Governo, já foi eleito deputado estadual, federal e chegou ao Senado da República, onde ocupou posição de destaque. Tem potencial para ir além, mas ainda falta alguma coisa, não é considerado o maior político da história de Goiás justamente porque não ocupou cargos na esfera nacional, onde seu trabalho aparecesse para todos os brasileiros.

O octogenário Iris Rezende ainda tem um legado de maior respeito, só não se elegeu Deputado Federal porque nunca disputou o cargo, mas além de ter sido Prefeito de Goiânia por três vezes, Governador por duas, Iris também ocupou espaços no Governo federal, tendo sido Ministro por duas vezes, ocupando as pastas da Agricultura e Justiça em governos distintos.

Marconi Perillo almeja chegar ainda mais longe, o projeto que visa enxugar as finanças do estado, também é o passaporte para o Governador mostrar ao Brasil a sua capacidade e sucesso como administrador.

A economia que é pretendida pode ser aplicada em benfeitorias que vão transformar Goiás num imenso canteiro de obras, o governo tem várias obras em andamento e muitas outras que esperam para ser iniciadas, ser visto como um tocador de obras próprias é algo que também falta ao currículo de Marconi Perillo.

Marconi Perillo precisa mesmo fazer algo desta magnitude para quebrar o domínio paulista na cúpula do PSDB, ganhar espaço nacional e se apresentar como alternativa ao nome do virtual candidato, Aécio Neves, que apesar dos mais de 50 Milhões de votos recebidos na última eleição, não desfruta deste prestígio todo com a população anti-PT.

O Governador de Goiás no papel de administrador pode pôr a cara na janela e mostrar ao Brasil que o seu estilo de fazer política difere dos métodos tradicionais e pode ser aproveitado para colocar de novo o Brasil nos trilhos do desenvolvimento.

Várias possibilidades tem o novo governo, pode ser um governo voltado para a sociedade com viés de promoção nacional ou pode ser apenas um governo técnico e responsável que também estará voltado para a sociedade, mas sem a preocupação de estar na boca do povo fora de Goiás.

Marconi Perillo tem que governar, isso ele sabe fazer, as especulações se vai ou não se lançar candidato à Presidente do Brasil estão acontecendo, mas além da boa gestão, o governador também terá que se preocupar com a manutenção do Poder do seu grupo político regional para os próximos anos.

Hoje a Base do Governador não tem um nome forte capaz de sucede-lo, tem muitos que tem capacidade para tal missão, mas além dos requisitos necessários para ocupar a lacuna que será deixada por Marconi Perillo no âmbito estadual,  o nome precisa manter a união da base.

O sucessor natural é José Eliton, mas lhe falta alguma coisa para que seja visto pelos aliados como nome incontestável em 2018.

Vilmar Rocha já se manifestou neste sentido, disse que vai disputar um cargo majoritário, mas também lhe falta algo para assumir a responsabilidade de ser o nome principal da chapa.

Dos muitos aliados de Marconi, veremos surgir muitos nomes com capacidade que podem ser elevados a condição de sucessor, mas depois da experiência vivida com Alcides Rodrigues entre 2007 e 2010, Marconi Perillo pode estar preparando uma surpresa para os goianos, aliados ou não.
 
Experiência, capacidade, competência e sobre tudo lealdade são requisitos básicos exigidos para um líder, requisitos estes que podem ser notados de forma discreta na... Primeira Dama, Valéria Perillo.

Vamos combinar que Valéria Perillo tem mais experiência administrativa que qualquer nome que a base aliada apresente hoje, afinal de contas ela esta "governando Goiás" desde 1998, contaria com a habilidade de articulação do melhor de Goiás, o próprio Marconi que estaria sempre a disposição como Primeiro Cavalheiro do Estado, e pode apostar que contaria com mais apoios e simpatia do que Eliton e Vilmar juntos.

Em 2014 Valéria Perillo trabalhou intensamente para reeleger o marido, e sua atuação em várias regiões do estado mereceu elogios, foi uma das peças chaves da campanha de Marconi e esteve mais junto ao povo do que o próprio candidato, que em alguns momentos parecia ressabiado com os ataques da oposição .

Claro que neste momento tudo não passa de especulação, mas que tem sentido, tem, e da mesma forma que já colocam Marconi Perillo como pretenso candidato ao Planalto, sua esposa tem todos os requisitos para ocupar o Palácio das Esmeraldas como mandatária, sem muitas contestações dos aliados e teoricamente com baixa resistência por parte dos oposicionistas que não contam ainda com um nome de peso, qualificado e que aglutine para 2018.

Política se faz com trabalho, competência e de tempos em tempos com renovação.

Valéria Perillo é o nome para 2018.
Reforma como legado nacional

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Questão Brasil - 09/04/2019

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