Reinaldo

Advogado afirma ter sido ameaçado de morte pelo ex-senador Demóstenes Torres

O ex-Senador Demóstenes Torres esta de novo no olho do furacão                 
O advogado Neilton Cruvinel, que defendia o ex-senador Demóstenes Torres no processo que definirá se ele pode perder o cargo de procurador de Justiça, denuncia que foi ameaçado de morte pelo ex-cliente. 
A afirmação foi feita à Polícia Civil de Goiás, no dia 19 de dezembro do ano passado, quando foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por ameaça. 

No documento, Cruvinel afirma que os dois tinham um projeto de abrir um escritório de advocacia em conjunto, caso Demóstenes conseguisse se aposentar por tempo de serviço. 

No entanto, o ex-senador teria mudado de ideia sobre a aposentadoria e os planos não avançaram. Com isso, o ex-político teria mudado de comportamento, passando a agir “de forma dissimulada, visando prejudicar a relação do advogado com conhecidos de ambos”, de acordo com o TCO ao qual o G1 teve acesso. 

A defesa de Demóstenes Torres informou ao G1 que ele nega as acusações.

Ainda segundo o TCO, o ex-senador teria aproveitado de um desentendimento financeiro entre Cruvinel e o empresário Maurício Sampaio para “fomentar a discórdia entre eles”. 

Para isso, Demóstenes teria dito ao advogado que Sampaio se sentia prejudicado e estaria disposto a se livrar dele, matando-o. Já para Sampaio, a versão contada seria de que o advogado iria agredir o empresário com um “tapa na cara”. 

Toda essa situação teria agravado a relação entre Sampaio e Cruvinel.

O G1 tentou falar com Neílton Cruvinel, mas ele não foi encontrado para comentar o assunto até a publicação desta reportagem. 

Defesa 

Já o advogado Pedro Paulo Medeiros, que assumiu a defesa de Demóstenes Torres, disse que o ex-senador nega qualquer ameaça e tentativa de agressão. “O que aconteceu, na verdade, foi que Demóstenes não estava satisfeito com os serviços prestados pelo advogado e o chamou para comunicar que ele seria desligado da sua defesa. Talvez ele tenha ficado inconformado”, afirmou. 

O advogado disse que, no dia 12 de dezembro passado, recebeu uma ligação de Demóstenes o convidando para uma reunião na casa dele, que ficou agendada para o dia seguinte. 

Ao entrar na sala, segundo Cruvinel, ele se deparou com Maurício Sampaio e o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos – o Carlinhos Cachoeira. Uma porta do imóvel estaria aberta, levando o advogado a acreditar que mais uma pessoa ouviria o teor da conversa que eles teriam a seguir.

Em seguida, o ex-senador teria começado a xingar Cruvinel e o acusar de ter feito intrigas, pois teria “espalhado” que o escritório de advocacia que iriam abrir também seria de propriedade de Cachoeira. Depois disso, Demóstenes teria tentado agredir o advogado e foi contido pelos presentes, mas disse que iria “matá-lo, degolá-lo e que iria acabar com sua vida”. 

Após deixar o imóvel, amparado por Maurício Sampaio, Cruvinel afirma que os dois falaram sobre o que tinha acontecido e ambos se entenderam. Mesmo assim, Cruvinel decidiu registrar o TCO, pois “sabe que é real, que Demóstenes planeja atentar contra sua vida”. 

O atual advogado de Demóstenes, Pedro Paulo Medeiros, ressaltou ainda que, até esta sexta-feira (24), o ex-senador não havia sido notificado oficialmente sobre o TCO e soube do caso pela imprensa. O defensor também ressaltou que a reunião entre o procurador e o advogado não teve a presença de outras pessoas. 

Já os empresários Maurício Sampaio e Carlinhos Cachoeira não foram localizados para comentar o assunto. 

Réu
Na última quarta-feira (22), a Corte Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) recebeu denúncia criminal apresentada pelo Ministério Público de Goiás contra Demóstenes Torres. 

Além dele, também foram denunciados Carlinhos Cachoeira, e o ex-representante da Delta Construções em Goiás, Cláudio Abreu.Todos foram investigados na Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal em fevereiro de 2012. 

A denúncia foi recebida por unanimidade pela Corte Especial, após a decisão sobre a matéria ter sido ter adiada durante julgamento no final de novembro do ano passado. 

Demóstenes deve responder por oito crimes de corrupção passiva e por exercício de advocacia administrativa, que é a utilização indevida das funções na ocupação de um cargo público. 

Já Abreu e Cachoeira foram denunciados por corrupção ativa.
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Questão Brasil - 09/04/2019

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