Reinaldo

2010, o ano que teima em não acabar para o Goiás.E olha que nós já estamos quase em 2012
No primeiro jogo do Goiás na Serrinha em 2010, o time dos Pinheiros levou um sapeca iaiá da Anapolina por 5x2. Foi um presságio do que seria visto do time ao longo de 2010. Ali parte de sua gloriosa torcida imaginou o que isso significava, sofrimento e vexame o ano todo. 
Se no ano passado o mal planejamento culminou com o rebaixamento para a série B do campeonato Brasileiro, em 2011, não foi diferente e esta mesma falta de planejamento resulta na permanência do time na segunda divisão nacional. Tem gente que comemorou muito esta "conquista" esmeraldina.

Primeiro jogo do Verde na Serrinha em 2011, de novo o Goiás toma cinco gols e é humilhado em campo pelo CRAC de Catalão. A torcida já temia que este ano iria viver o mesmo pesadelo de 2010, pois não havia no elenco nenhum jogador que poderia encher os olhos dos torcedores e dar a certeza de que tudo poderia ser diferente.
Arthur Neto era gerente de futebol no inicio de 2010 e foi um dos responsáveis pela montagem do time que no final do ano teve um alento e disputou a final da Copa Sul Americana e ao mesmo tempo foi rebaixado de forma antecipada e melancólica da série A.

Os investimentos anunciados pela diretoria para 2011 não eram para o time de futebol, e sim na estrutura. Até ai nenhuma novidade, já que tal prática sempre foi comum no Goiás e lhe deu o status de um dos clubes de melhor estrutura e organização do futebol Brasileiro.
Arthur Neto continuou como técnico do time em 2011, após assumir em 2010 e foi logo avisando que não havia forma de montar um time a altura das tradições do Goiás, pois não teria dinheiro para tal fim, segundo informações de terceiros, o clube estava mergulhado em uma grave crise financeira.
Juntando as informações colhidas na imprensa de Goiás, com aquelas poucas de quem comanda o time, é fácil imaginar que apesar do final de temporada pífio que estamos tendo, não vamos ver nenhuma grande mudança para 2012. 
As pretensões de voltar à série A do futebol Brasileiro podem ficar comprometidas de novo e se desde já não forem feitos sondagens de bons jogadores e investimentos urgentes no departamento de futebol em 2012 será o mesmo calvário que foi em 2010 e que se repetiu em 2011.
O time frágil que a torcida viu diante do CRAC no campeonato goiano, não difere muito deste que esta terminando o ano e quem comanda o clube tem que usar a imaginação para não deixar que sua apaixonada torcida passe por vexames em 2012, principalmente no estádio Serra Dourada, sua casa sempre.
Não pode uma equipe como o Goiás ter em seu elenco, jogadores meia-boca que não conseguem encantar, seja pela técnica apurada ou pela raça e disposição com entra em campo. Não por que o time conseguiu a importante permanência na série B que este time ficou maravilhoso, de jeito nenhum. Reforços e melhorias precisam ser apresentadas ainda no apagar das luzes de 2011, sob pena de não conseguir contratar bons valores para que o time volte a comemorar um titulo goiano, faça uma Copa do Brasil digna do seu torcedor e busque com mais vontade o acesso a série A de 2013.
É 2010 ainda não acabou.
Atravessamos 2011, de forma dolorosa, no mesmo grau com que vivenciamos 2010, vendo um Goiás se perder e muitas vezes deixando de lado sua grandeza e organização para se nivelar por baixo, seja no campeonato Goiano, seja no brasileiro. 
Um clube da envergadura do Goiás não pode de forma nenhuma ter a preocupação com rebaixamento em uma série B, tem que se preocupar em brigar na parte de cima da tabela. 
Um clube com a estrutura do Goiás não pode ter em seu elenco, jogadores que estão ali só para compôr o grupo ou jogar só quando tem um bicho gordo na parada. 
Uma equipe com a história e a tradição do Goiás não pode entrar em campo no Estádio Serra Dourada ou em qualquer outro e seus torcedores não saber de cor e salteado a escalação do time que os representam dentro de campo.
Hélio dos Anjos enfim realizou o sonho Vilanovense e dirigiu o Tigrão em alguns jogos, entre idas e vindas na Toca, ele preferiu se abrigar na Caverna do Dragão, depois de uma passagem meteórica pela Ilha do Retiro. O treinador que mais tem a cara do Goiás foi comandante do time no OBA, diante da não menos apaixonada massa Colorada, mas apesar de todo o barulho que o Tigrão fez e após provocar burburinhos na imprensa, sentimos informar que todo o circo não passou de pirotecnia e logo podê se constatar que o Vila Nova anda pequeno de mais até para abrigar um técnico como Hélio dos Anjos.
A passagem do treinador por lá revelou aquilo que todos nós já sabiamos, mas fazemos questão de esconder. Nós que eu digo, imprensa, que em sua maioria, nesta cidade é sim vermelha e qualquer coisa que venha do Vila Nova costuma ganhar proporções gigantescas.
2011 serviu para derrubar alguns mitos e esclarecer algumas verdades que apesar de doídas é necessário que se exponha. O Tigrão não conseguiu subir aonde o Goiás estava, mas o Goiás conseguiu a proeza de ir onde o Vila Nova estava e se saiu melhor de novo.
Se em 1999 o Goiás conseguiu o acesso e deixou o Vila Nova para trás, este ano o Goiás não teve competência para tanto, mas ainda assim foi superior ao rival, tanto é que um fica na segunda divisão e outro vai excursionar pela série C.
Outro mito que caiu este ano, é aquele que diz respeito a maior torcida. Em muitos momentos da competição, Goiás e Vila Nova estiveram ali, no mesmo patamar e basta olhar os números das médias de público pagante para entender que tudo não passa de mais uma ilusão que criamos para motivar um dos lados e muitas vezes tentar fomentar esta rivalidade entre ambos.
Ao Goiás só resta um jogo no estádio Serra Dourada, será que ele consegue levar públicos tão ridiculos como tem levado o Vila Nova, que ainda realiza o seu último jogo em casa diante do Sport.
Diretoria nova, mentalidade diferente e a fiel Vilanovense apoiando como sempre fez, tomara que tudo dê certo pelos lados da toca, mas que a partir das tragédias de 2011, possamos ajudar o clube de alguma forma, seja contando para eles e para sua massa a realidade dos fatos e não deixa-los assistir um show de ilusionismo, fazendo barulho para leva-los a acreditar que o quase nada que eles tem é fantástico e maravilhoso.

Fazer de Roni um ídolo incontestável na Toca foi um dos grandes, senão o maior erro da imprensa goiana. Como dizia um cronista esportivo da velha guarda “É bananeira que já deu cacho”. E nós da imprensa sempre ali rentes dando apoio e até dando status de craque ao jogador que se diz muito identificado com o clube, mas que um dia aceitou vestir a camisa verde e só deu alegrias para a torcida em um campeonato goiano, em 1995 e uma série C de brasileiro, a qual ele esta fazendo questão devolver o time a terceirona.
Que ídolo é esse que nós criamos?
Agora o time cai, fica mergulhado em dividas e o ídolo vai embora seguir sua carreira e enganar outra freguesia por mais algum tempo.
Assim como o Goiás vai fazer a torcida sofrer muito ainda, o Vila Nova não nos algo diferente, então o sofrimento do nosso futebol continua.
Mas antes que alguém dê o grito, temos que falar e classificar os acertos e defeitos de um Dragão quase Fenix, digo quase por que é outro mito que nós imprensa, vamos fomentando, torcendo e as vezes distorcendo que acabamos ajudando a massificar uma ilusão.
Valdivino de Oliveira que hoje é suplente de Deputado, um Gênio das finanças publicas, ótimo administrador e muito respeitado como dirigente. Veja bem, eu enxergo o Atlético como uma empresa bem administrada, mas entendo que só esta administração e organização não serão suficientes para manter o Dragão neste patamar que ele se encontra.
O Atlético não executa ações que visem angariar torcedores, conquistar a mídia e ser respeitado por adversários dentro e fora de casa.
Outro dia ouvi de um torcedor amigo meu, empolgado com o time na primeira divisão, que a torcida do Dragão vai aumentar por que o Goiás vai continuar na série B e o Vila Nova desceu para a série C, e disse a ele que pode acontecer justamente o contrário. Em dificuldade como estão Vila Nova e Goiás é que suas respectivas torcidas costumam se agigantar. Sozinhas? Claro que não.
A diretoria precisa dar um empurrãozinho, para trazer para junto de si os seus torcedores e conquistar novos adeptos. Chegou a série A o ano passado e em muitos momentos dirigentes e jogadores perderam a humildade, preferindo o confronto ao invés de trazer os formadores de opinião para junto de sua festa, celebrando de forma harmoniosa uma conquista que seria de todos.
O time campineiro vem sendo o maior favorito a conquistar o certame goiano e entre os clubes goianos a fazer um bom papel na Copa do Brasil por que tem algo que os outros não tiveram até agora ou perderam ao longo do tempo. Organização.
Para chegar e se manter no Brasileiro é sabido que é necessário muito mais que isso, o time que brigou até a última rodada de 2010 para não cair, passou se não me engano, 30 rodadas entre os quatro ameaçados e só escapou na última rodada.
O Dragão reinou sozinho como representante de Goiás na elite do futebol brasileiro, não colheu frutos deste privilégio, não promoveu ações que o aproximasse da sua torcida, não desenvolveu ações para conquistar a mídia e novos torcedores e não fez uma campanha que encha de orgulho nem o mais fanático dos rubro-negros. Calma é só o segundo ano do dragão na série A, mas volto a frisar que não vejo essa maravilha toda em um time que tem políticos demais no comando e seu departamento de marketing é ineficiente.
Final do campeonato goiano vi jogadores e dirigentes preocupados em dar resposta a alguém, sobre quem estava na primeira divisão e outro dia, após três derrotas o assessor de imprensa do clube via twitter, faz uma ironia em tom de desabafo, dizendo que o time tinha perdido por que marcou menos gols que os adversários.
Acredito que a imprensa, ao ver apenas pontos positivos no Dragão cometem o mesmo erro de décadas que aconteceu no Vila Nova, onde um simples lambari sempre é vendido como se fosse um tucunaré. Quando estas equipes se encontram com a realidade é doloroso ver que será muito difícil ter boas perspectivas em curto prazo.  
Mas com planejamento é possível que a equipe vá mais longe ao Brasileiro de 2011.
Já esta ficando anos luz a frente dos concorrentes de Goiás.


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Questão Brasil - 09/04/2019

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